Contentes em qualquer situação

Acho que praticamente todos que leem esse blog sabem, mas tem acontecido no Instagram do @filipensesquatrooito algumas séries de devocionais matutinas durante o nosso período de isolamento social coletivo.

A primeira ocorreu entre março e abril, e a segunda, entre os dias 06 e 22 de maio. Nessa última, foram 13 lives devocionais, sempre de segunda a sexta-feira, falando sobre o tema do contentamento. “Contentes em qualquer situação”, foi o nome dessa série, e o objetivo desse post é praticamente transcrever o conteúdo do último dia, que foi uma boa síntese de todo o conteúdo dos dias anteriores. Se você não estava sabendo, ou não assistiu todas, eu te encorajo fortemente a dar uma conferida lá no Instagram (IGTV) ou no Spotify para conferir os episódios!

Pois bem: nesses dias de devocionais, “o que teve”?

Começamos com a definição de contentamento, que pegamos de Nancy Wilson: uma profunda satisfação na vontade de Deus. Reconheço a Sua Soberania, bondade, amabilidade, justiça, amor, graça e misericórdia, e entendo que a Sua vontade é perfeita. E por isso, independente da circunstância, eu tenho uma real satisfação.

Entendo, como Charles Spurgeon, que

“se houvesse qualquer outra circunstância em que eu pudesse estar que fosse melhor para mim do que a que eu estou hoje, Deus certamente já haveria me colocado nela”.

Como norte para nos guiar em direção ao contentamento, usamos a carta de Paulo aos filipenses. Entendemos que a carta de Paulo aos filipenses foi uma carta escrita de dentro da prisão, com o objetivo de encorajar os filipenses e animá-los. Paulo conta que aprendeu a estar contente em toda e qualquer situação, e nos ensinou aqui que o contentamento é aprendido. É possível, mas não é natural. Precisamos aprender.

Ele passou por diversas situações, e aprendeu com o exemplo do maior professor especialista: JESUS. Ele descobriu que o viver é Cristo, e que, em Cristo, ele tudo podia, pois Cristo o fortalecia. Eis o verdadeiro sentido de filipenses 4.13: tudo posso naquele que me fortalece.

Vimos a necessidade do contentamento:

– Deus mandou;

– Ele é um tesouro muito valioso;

– Demonstra submissão à vontade soberana de Deus; e

– Um espírito contente é um espírito que adora:

Fazer o que agrada a Deus, e agradar-se do que Deus faz.

Entendemos que o oposto do contentamento é pecado, e pode ser manifesto de várias formas diferentes: murmuração, insatisfação, ingratidão, inveja e ciúmes. Para todos eles, a principal arma para combater é pensar na SOBERANIA de Deus. Nós encontraremos paz e descanso na alma quando tivermos aceitação da vontade de Deus para a nossa vida. Nesse sentido, concordamos com Amy Carmichael: Na aceitação repousa a paz.

Aceitação significa que recebemos as circunstâncias das mãos de Deus, confiando que Ele sabe de verdade o que é melhor para nós e que, em amor, Ele planeja só o que é bom. Ele sabe o que dá, para quem dá, quando dá, quanto dá. Ele está no controle, e podemos descansar na verdade de que qualquer coisa que acontece é para a sua própria glória e para o nosso bem maior. Quando alcançamos esse estado de aceitação, estamos prontos para pedir que Deus use as circunstâncias boas e difíceis para sua honra e glória. Deixamos de ser vítimas, e buscamos ser administradores e bons mordomos de qualquer circunstância que vai nos levar para perto dele.

Contentamento não significa que enfrentamos uma vida sem dor, mas sim que, em meio à nossa aflição, somos capazes de encontrar paz no controle soberano de Deus conformando nossa vontade à vontade Dele. E essa paz só tem a pessoa que se encontra com Cristo. Ela não depende de circunstâncias, mas está firmada na verdade do amor inabalável de Deus por nós.

Tudo isso envolve mudança de mentalidade e atitude, e podemos lembrar de fórmulas que nos ajudam nesse sentido:

– Considerar o fardo dos nossos pecados como o pior de todos, porque isso coloca tudo dentro da perspectiva correta;

– Buscar adequar os nossos desejos às nossas condições financeiras, não o contrário; e

– Buscar excluir os desejos ímpios do nosso coração e preenche-lo com o que agrada a Deus.

Isso é processo! E um processo que só teremos completado quando concluirmos a nossa maratona por aqui. Quando passarmos pelo rio, quando a luta findar! E nós temos essa perspectiva real: VAI ACABAR! E é essa verdade, também, que nos estimula a nadar, e a “continuar a nadar”: não devemos desistir, pois mantemos os nossos olhos fixos no céu. Desejar o céu. Ansiar por ele. Como será maravilhoso!

Mas, enquanto é céu não chega, encontramos contentamento buscando ser como Cristo é. Aprendemos que a humildade, a piedade e a unidade, andam lado a lado com o contentamento. Somos membros uns dos outros, não devemos nos considerar superiores a ninguém, pelo contrário! Devemos buscar servir, ativamente, humildemente, zelando pela união do corpo de Cristo, para uma vida de serviço e em amor até que Ele venha.

Enfim, esse é o resumão! Mas, se pudéssemos resumir esses últimos dias em menos palavras ainda, seria isso:

Contentamento: uma profunda satisfação na vontade de Deus. Reconhecer Sua Soberania. Ser grato pelo que temos. Administrar as circunstâncias para honra e glória do nome Dele, buscando o bem do outro, fazendo a vontade de Deus mesmo em meio ao sofrimento, entendendo que a nossa vida é agora, não fica de stand-by. Continuar a nadar com os olhos fixos no céu, a nossa pátria, a nossa chegada. Crescer à semelhança de Cristo. Buscar o conhecimento dEle, e fazê-lo conhecido.

Que Ele nos ajude, dia após dia.

 

OBS:

Como fizemos na última série, deixei dois recursos disponibilizados para vocês:

– O primeiro é o kit de memorização de versículos da série, disponível para download gratuito aqui. Imprima, guarde na mente e coração as verdades da Palavra de Deus sobre ser contente.

– A outra é a playlist no Spotify, músicas selecionadas também com o intuito de preencher o seu coração com boa melodia e, acima de tudo, verdades bíblicas acerca de quem Deus é e o que significa ser contente nEle. Muita música antiga, se você também é vintage, confere lá porque eu acho que vai gostar!

E, dessa vez, deixei também um recurso extra: a estreia do Filipenses Quatro Oito no YOUTUBE foi com uma música que trata justamente sobre contentamento quando as coisas não acontecem do jeito que a gente quer! Gravar essa música foi uma experiência incrível, pois foi tudo remoto, por conta da pandemia, juntei um grupo de meninas que não necessariamente se conheciam entre si, ensaiamos em poucos dias, sem partitura, uma aventura! E uma delícia! haha, tudo junto.

E assim surgiu o canal do Youtube! Já foi lá conferir, deixou seu like, fez sua inscrição e ativou o sininho para receber notificações de novos vídeos? Hehehe…. faça isso! A ideia é que, aos poucos, todas as lives sejam disponibilizadas por lá também, além de alguns conteúdos inéditos, como esse vídeo de estreia, por exemplo…

 

 

 

Eu li: O segredo do contentamento

Continuo firme e forte no meu Desafio de Leitura de 2018, e hoje vim recomendar um dos melhores livros que li até agora esse ano.

Confesso que já havia comprado esse livro há algum tempo, mas toda vez que eu passava perto dele para ler, eu postergava… acho que, lá no fundo, eu sabia bem o motivo, e quando li tive certeza: eu precisava MUITO ler o livro. Por isso, apanhei demais dele também, mas, de forma incrivelmente graciosa, também fui muito encorajada.

Título: O segredo do contentamento

Autor: William B. Barcley, pastor e professor reformado. Casado, seis filhos, mora na Carolina do Norte, EUA.

Editora: Nutra Publicações

Páginas: 186

Ano: 2014 (primeira edição brasileira)

Sobre o livro: O livro é prático, claro e objetivo. É dividido em duas partes: a primeira, “Em busca de contentamento”, trata da natureza e necessidade de contentamento cristão, e também praticamente “disseca” o nosso coração no terceiro capítulo, em que o autor aborda os perigos de um espírito descontente e murmurador. A segunda, “O mistério do contentamento”, é composta pelos capítulos mais práticos do livro, em que ele vai tratando sobre encontrar contentamento na aflição, no anseio pelo céu, deleite em Deus, e em ser conformado à Imagem de Cristo.

A leitura é fácil, mas nem por isso é um livro para ler debaixo do guarda-sol em ritmo de festa(eu tentei). O melhor aproveitamento que você pode fazer dele é ler na sua hora silenciosa, com bíblica e caneta na mão, para registrar pontos principais, digerir de verdade o que está lendo. E devo dizer que, PELA PRIMEIRA VEZ, achei as perguntas para reflexão e discussão que estão ao final de cada capítulo extramemente ÚTEIS e proveitosas! Hehe, sério, eu SEMPRE pulo, porque sou meio crítica delas, mas nesse livro valeu demais a pena, são ótimas perguntas que realmente põem a gente para pensar no que foi lido e como aplicar esse conhecimento para a vida!

Um pequeno trecho:

Numa pesquisa recente, fez-se a seguinte pergunta: “qual sua razão de viver?” Noventa e nove por cento das pessoas responderam que estavam à espera de que algo acontecesse. Havia uma variedade de coisas pelas quais as pessoas esperavam: casar-se, ter um emprego melhor, ter filhos, ver os filhos crescerem, etc. Todavia, a resposta predominante foi que as pessoas estavam esperando por algo mais.

A pergunta que o cristão contente faz é: como devo responder numa determinanda situação? Fazendo o que Deus espera, e isso é fundamental para a fidelidade cristã e para o contentamento cristão. Talvez nós não estejamos onde gostaríamos de estar. Não há nada pecaminoso em querer que as circunstâncias mudem nem em orar pos isso. Mas precisamos buscar como podemos servir a Cristo onde estamos agora.

Esse segredo para o contentamento é radicalmente diferente do pensamento do homem pecador. O coração pecaminoso diz: “Ponha-me numa situação na qual eu possa ficar contente”. O cristão que busca a santificação e o contentamento diz: “Ajuda-me a ficar contente nesta situação e a cumprir minha responsabilidade nela”.

É… como eu disse, o livro “pega pesado”. E graças a Deus por isso! Há esperança para todo e qualquer coração descontente e murmurador que se arrepende e se dobra aos pés da cruz para buscar nEle o contentamento verdadeiro, que independe de circunstâncias.

Recomendo fortemente a leitura e acredito ser também uma ferramenta extremamente útil para estudo em pequenos grupos, discipulado, etc.

Que Ele nos ajude a viver contente em toda e qualquer situação!

Abraços

Naná

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